Por Briana Bombana
As praias têm sido um lugar de encontro humano, especialmente a partir da metade do século passado quando o turismo que oferece o sol e o banho de mar se popularizou em diversas camadas da sociedade. Neste ano de 2020, porém, esse turismo recebeu um visitante inesperado: o novo coronavírus Sars-Cov2, para o qual ninguém estava preparadx, sendo a sua transmissão diretamente proporcional ao contato humano, e, dessa forma, fazendo com que aquela imagem clássica das praias abarrotadas de pessoas, quiosques e esportes aquáticos começasse a ser substituída pela ideia de um ambiente quase hostil, proibido e perigoso.
Isto é, o turismo de sol e praia muito provavelmente não voltará a ser igual, e muitos de nós nem gostaríamos que assim fosse, afinal, ele não deveria seguir sendo massivo, como ocorria antes da chegada da COVID-19, dando continuidade ao seu processo de degradação ecossistêmica e cultural. Ao mesmo tempo, preocupa a perda/pausa da fonte de renda de diversas pessoas que têm nas atividades turísticas o seu sustento diário, entre outras questões. Surge, portanto, a pergunta “Como será o novo turismo nas praias?”. Uma pergunta tão ampla como difícil de responder para um produto que levava mais de 60 anos em uma zona de conforto e grande estabilidade econômica.
Para ajudar a fornecer insumos para esse renascimento do turismo nas praias, um documento intitulado “O turismo de sol e praia: Cenários e Recomendações” foi organizado e redigido por diversxs especialistas da Rede Iberoamericana de Gestão e Certificação de Praias PROPLAYAS, da qual eu, Briana Bombana (brasileira, pesquisadora sobre as praias e, agora, também participante da Liga), sou integrante. Na primeira parte do documento, nós editorxs, apresentamos uma análise geral das praias na crise da COVID-19, três cenários de retorno do turismo nestes ambientes costeiros, e 16 recomendações principais de ação durante e posteriormente à pandemia. A segunda parte, por sua vez, está composta por 30 contribuições pontuais de mais de 40 especialistas – sendo 17 mulheres - da Rede PROPLAYAS em diversos países da Ibero-América, abordando temas como a gestão, a percepção social e a contaminação nas praias, além de 2 contribuições especiais devido à sua aplicabilidade direta por ações a serem tomadas nestes momentos de crise.
O documento completo, que está especialmente pensado para os tomadores de decisões e atores do setor turístico, pode ser encontrado para download gratuito na página da Rede PROPLAYAS, nas versões português e espanhol.
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