Por Renata Pelegrini
Sim! Vamos plantar cientistas! E o método pode ser bem simples e conhecido: através da irrigação das nossas sementes, as meninas.
Elas têm um dia todo seu: o dia 11 de outubro. Celebrado, desde 2011, pelas Nações Unidas, a data tem por objetivo o empoderamento das meninas, e visa diminuir as dificuldades enfrentadas por elas desde pequenas. No Estado de São Paulo, a data passou a fazer parte do calendário oficial desde 2023, o que pode ser um bom adubo para sensibilizar e debater sobre a desigualdade de gênero. Aguar, adubar e antecipar a necessidade futura. Se a participação feminina na ciência ainda apresenta desafios, olhar para o mundo natural em crise pode oferecer uma reflexão de que, reagir sabiamente, pode ser potente. No último percurso Regenerante do Selvagem - ciclo de estudos sobre a vida – que cultiva o entendimento de nossa vivência como uma rede de interligações -, a discussão sobre a condição antecipatória das plantas foi destaque. Diante das recentes queimadas aqui no Brasil, mesmo com exposição a altas temperaturas e escassez hídrica, as árvores não deixaram de florir. Em alguns casos, surpreendentemente, brotaram ainda mais do que o normal. Fato este que o cientista do Museu do Amanhã do Rio de Janeiro, Fábio Scarano, participante desse percurso, interpreta como a capacidade antecipatória dos vegetais de antever tempos difíceis, e produzir ainda mais sementes para fazer vingar a vida.Se nossas primas vegetais usam a observação, a memória e aceleram processos, vamos apostar no Dia da Menina para produzir mais e mais sementes de cientistas. Como assinala a ONU, o potencial de mais de 1,1 bilhão de meninas no mundo é ilimitado. E quando elas lideram, o impacto é imediato e duradouro para famílias, comunidades e economias, tornando o futuro mais seguro e próspero.
Uma boa oportunidade de ação acontece até o dia 31 de outubro, A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência tem aberto o edital para a 6ª edição do Prêmio Carolina Bori Ciência & Mulher, dedicado à categoria “Meninas na Ciência”. O objetivo é reconhecer jovens talentosas, cujas pesquisas de iniciação científica demonstrem criatividade, além de outros quesitos.
Para as florzinhas menores, vale conhecer a série de livros A Revolução das Princesas, na qual histórias infantis são recontadas por meio de suas personagens heroínas femininas.
Nas redes, em língua inglesa, o site SKYPE A SCIENTIST possibilita agendar uma conversa com um cientista diretamente e, também oferece ótimas opções de vídeos, assim como o Site Internacional da ONU, que possui jogos e outras plataformas para a criação desse plantio de meninas cientistas, desde cedo.
Bora lá plantar essas meninas! Garantir seus direitos de estudo e cidadania e fazer perpetuar o lugar da mulher no futuro da ciência!!!
Para saber mais:
Livro:
A vida das plantas - Uma metafísica da mistura por Emanuele Coccia
Plataforma de estudos sobre a vida:
ONU Brasil:
ONU Internacional:
UNICEF Brasil:
UNESCO:
Sobre a autora:
Renata Pelegrini é formada em Letras e Educação pela Universidade de São Paulo e em Artes Plásticas pela Escola Panamericana de Artes. É membro da OceanUni, plataforma de cientistas, defensores ambientais e artistas baseada na Itália. Participa do Selvagem - ciclo de estudos sobre a vida: saberes indígenas, acadêmicos, científicos, tradicionais e de outras espécies. Produz conteúdo para a Newsletter da Liga das Mulheres pelo Oceano.
留言